O Globo | Longa de ficção narra trajetória do Rock in Rio

‘Se a vida começasse agora’ narra encontros e desencontros de casal em três edições do festival


Caio Castro e Luiza Valdetaro em cena de ‘Se a vida começasse agora’
Foto: Divulgação / Igor HercowitzCaio Castro e Luiza Valdetaro em cena de ‘Se a vida começasse agora’ – Divulgação / Igor Hercowitz

No acampamento da primeira edição do Rock in Rio, em 1985, a música rolava solta antes e depois dos shows históricos de Queen, Yes, Iron Maiden e Scorpions. Em plena abertura política e cultural do país, a juventude viveu dez dias de sonho e autoconhecimento. Esse é o cenário do primeiro encontro de Beto e Bia (ele fotógrafo, ela fã de Freddie Mercury), os personagens principais de “Se a vida começasse agora”, filme ficcional sobre o festival. Com estreia prevista para o primeiro semestre de 2016, o longa é estrelado pelos atores Caio Castro e Luiza Valdetaro.

Dirigido por Alexandre Klemperer e Roberto Carminati, o filme mistura romance e música e é de fácil identificação pelo público.

— Você não está contando a história de um casal, mas sim de milhares, talvez milhões de casais que se formaram a partir do Rock in Rio, seja qual for a edição. O festival entrou na vida das pessoas e do país, um feliz caminho sem volta — afirma Klemperer, que dirigiu novelas como “Salve Jorge” e “Caminho das Índias”.

Caio Castro, que está se dividindo entre as gravações da novela das 19h, “I love Paraisópolis”, e as filmagens do longa, sente que o roteiro conta parte de sua própria história.

— Mais de 7,7 milhões de pessoas já foram ao Rock in Rio. Já imagino esse pessoal vendo o filme e lembrando dos momentos vividos no festival. Eu sou uma dessas pessoas — conta o galã que realizou um sonho de infância ao assistir ao show dos Red Hot Chili Peppers, em 2011.

PONTO DE ENCONTRO

O casal da ficção se encontra casualmente nas três primeiras edições do festival (1985, 1991 e 2001), algo que é inimaginável para o jovem elenco que, basicamente, não sabe o que é um relacionamento sem uma conexão instantânea.

— Hoje você tem uma série de aplicativos e ferramentas que permitiram ao nosso casal se encontrar. No filme, o Rock in Rio desempenha essa função de ser uma grande rede social — explica Carminati.

Para imergir o elenco — que conta também com Sophia Abrahão, Ícaro Silva, Ivan Mendes e Victor Lamoglia — nesse período, a produção teve que providenciar uma imersão no ambiente da década de 1980.

— Eles tinham de entender o que é não ter um celular e usar um telefone de disco. Um regime de selva com bloqueio de acesso à internet em uma casa totalmente afastada que alugamos para as gravações — detalha Klemperer.

Ainda que o longa se concentre na história de amor dos jovens protagonistas ao longo das edições do Rock in Rio, a iniciativa de Roberto Medina de inserir o Brasil no mapa dos grandes shows pop renderia, por si só, um outro filme.

— Em “Se a vida começasse agora”, a gente acaba falando mais do casal. Acho que deveriam fazer um outro filme centrado apenas na história do Medina. — analisa a mocinha Luiza Valdetaro, sobre o criador do festival, que é interpretado no filme por Marcelo Serrado.

O Rock in Rio é o primeiro beijo que todo mundo quer repetir. Mais ainda em uma sala escura de cinema.

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